sexta-feira, 3 de maio de 2013

GESTÃO FINANCEIRA DO PERSONAL TRAINER

Ter uma boa gestão financeira evita dores de cabeça na vida pessoal e profissional.

Ter uma vida organizada é importante em todas as áreas, mas quando falamos da vida financeira, organizar as despesas e lucros se torna ainda mais essencial. Quem tem emprego fixo acaba tendo mais facilidade para lidar com as continhas e quem é autônomo, como os personal trainers, precisam redobrar a atenção para saber como cobrar e como se organizar para as eventualidades.

Membro do conselho consultivo da Sociedade Brasileira de Personal Trainer (sbpt.com.br), Giulliano Esperança conta que é fundamental para o personal trainer trabalhar com programas e treinamento de, no mínimo, três meses para evitar surpresas desagradáveis. “Quando eu cobrava por mês, acabava quebrado nos meses de julho e dezembro porque o pessoal ia viajar e não queria me pagar. Depois que comecei a cobrar por programas, os alunos passaram a entender que existe esse compromisso com o profissional. A programação de gestão está no preparo para aprender a vender programas de tempos pré-determinados”, explica.

Gestão financeira

Quem não tem afinidade com os números pode fazer cursos de gestão para se sentir mais confiante a criar a própria planilha de gastos. Os lucros vêm rapidamente nessa profissão, sendo que pra quem começa dentro de academia, o lucro é quase imediato, segundo Esperança. Além disso, ele indica alguns elementos básicos que são necessários pra essa gestão e que devem ser considerados:

Organização: é preciso ter esta característica na vida pessoal e na agenda para poder cumprir aquilo que é combinado com o cliente.

Disciplina: “já vi aluno contar que o personal ligou domingo à noite para perguntar se podia desmarcar a aula da segunda cedo porque ele estava viajando e ia chegar tarde”, critica Esperança. Sem disciplina e comprometimento não se consegue reter alunos e construir uma carreira.

Estudar: é preciso dedicar tempo e investir dinheiro para adquirir conhecimentos fora da sua área de atuação, como marketing e vendas – “tem que saber como criar valor pro aluno querer comprar a sua venda” – que vão ajudar no exercício da profissão.

Economizar: assim como se fosse uma empresa, é preciso poupar de 5 a 7% mensalmente para poder se manter nos meses de sazonalidade ou caso algum aluno saia. Afinal, os imprevistos sempre podem acontecer e esse dinheiro fica reservado para as emergências.

Conhecimento jurídico: se não tem como manter um advogado constantemente, vale a pena investir em uma consulta para a elaboração de um contrato que “seja válido, mas não agressivo” para apresentar aos alunos e que contemple informações como formas de pagamento, reposição de aulas etc.

Empresa: abrir ou não?

“Vejo muito personal que era excelente profissional e, depois que abriu empresa não se tornou um excelente empresário”, diz Esperança, que também é membro da Sociedade Latino Americana de Coach e acredita que é preciso analisar diversos aspectos para tomar essa decisão.

Embora a administração tenha as mesmas lacunas a serem preenchidas por quem é personal e por quem tem empresa, este segundo precisa ter capacidade para lidar com uma equipe e para gerir aspectos como estar 24 horas disponível para a empresa e se preocupando com ela, lidar com custos de aluguel, despesas trabalhistas, contabilidade etc.

“Sugiro fazer um levantamento bastante detalhado e tentar colocar na roda da vida, que abrange aspectos como saúde, espiritualidade, profissão, desenvolvimento pessoal, relacionamento, dinheiro, ambiente físico, lazer e diversão. Veja qual vai ser o impacto que a empresa vai ter nessas áreas da sua vida, se vai ser positivo ou negativo e se vale a pena pra você, se não afetam negativamente a ponto de desmotivar”, aconselha.

Onde guardar
Não é preciso investir em softwares caros para fazer um bom planejamento financeiro. Segundo Giulliano Esperança, o bom e velho Excel dá conta do recado com destreza e ele indica que a planilha contenha informações sobre o que recebeu, o que cada aluno vai pagar e as despesas, listadas da maior para a menor.

“Coloque gastos básicos como telefone celular, plano de saúde, água e frutas – caso forneça ao cliente -, locomoção etc. Eu trabalho com planilhas simples com os gastos pessoais e profissionais. Para as regalias, uso um cartão de crédito com limite baixo, assim me presenteio de vez em quando sem sair do limite.”

Saber dividir o que é gasto pessoal e o que é profissional também é interessante, mas deve ser analisado individualmente. “Quem está começando e ainda mora com os pais tem menos custos do que quem já é casado e tem um ou dois filhos.”

É preciso imaginar qual é o salário que se quer ganhar, colocar as despesas com aquilo que precisa para trabalhar (equipamento, carro, plano de saúde, alimentação e cursos): “as despesas extras não devem ultrapassar 50% dos ganhos, partindo da ideia de que a pessoa mora com os pais. Para os que têm família a conta muda e esse valor reduz”.

Por Jornalismo Portal EF

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