quarta-feira, 8 de maio de 2013

CONHECER PORMENORES DO ALUNO AJUDA A DEFINIR O MÉTODO DE TRABALHO



Personal trainer deve respeitar a individualidade e as expectativas dos clientes.

É comum, para quem está começando na carreira de personal trainer, ter algumas dúvidas quanto ao método de trabalho a ser adotado com cada cliente. Afinal, cada pessoa tem a sua individualidade, suas expectativas e objetivos e investe tempo e dinheiro no serviço deste profissional. “É fundamental para o treinador, antes de pensar em prescrever algo para o cliente, que ele conheça todos os pormenores da vida desse atleta ou cliente, para que todas as propostas e aplicações sejam elaboradas com total individualidade, tanto biológica quanto em valores humanos”, destaca o Prof. Ms. Leonardo Lima, fisiologista do exercício e preparador físico (preparadorfisicoleonardolima.blogspot.com.br). Além disso, é preciso compreender esses sonhos que permeiam os objetivos de cada cliente e, nada como um bate-papo detalhado e inicial para ajudar a conhecer essa pessoa e seus anseios.

Enquanto alguns personal trainers focam seus serviços em uma única modalidade, como corrida ou treino funcional, outros são multifacetados e atendem uma grande variedade de alunos, o que demanda maior preparo e especialização. “O personal trainer tem que ser um profissional completo. Não adianta apenas prescrever o treino. Tem que ter bagagem e maturidade profissional para selecionar a melhor estratégia para cada aluno”, destaca o consultor Artur Monteiro (www.arturmonteiro.com.br).

Traçando planos

Monteiro destaca três itens básicos que devem nortear o trabalho do personal trainer: “saber avaliar o aluno, planejar e prescrever o treinamento”. Depois de vencida a primeira etapa, que é o conhecimento sobre quem te contratou, vem a parte da organização e planejamento das estratégias a serem adotadas com aquele cliente, ou seja, a famosa periodização.

Fundamental para orientar o treinamento e a avaliação dos resultados dos clientes, a periodização é uma ferramenta de trabalho, mas é preciso que o personal trainer tenha um bom nível técnico para reconhecer as capacidades físicas (condicionais e coordenativas) do cliente para elaborá-la corretamente.

“Não existe desqualificação de grupos e objetivos para elaborar uma periodização. A periodização é o feito de planejamento, aplicação e controle/avaliação do processo de treinamento seja físico (sem fins competitivos) ou treinamento desportivo (com fins competitivos)”, conta Lima, dessa forma, mesmo que o cliente busque a qualidade de vida, cabe ao personal trainer desenvolver a organização do seu treinamento para que ele consiga chegar a esse resultado.

Monteiro conta que trabalhou muito tempo com atletas e é um dos pioneiros na divulgação da periodização para personal trainers e destaca que o nível de aptidão do cliente determina a quantidade de informação dessa organização. “Quanto mais condicionado o meu cliente, mais variáveis eu tenho que analisar e mais detalhista deve ser o treinamento. Afinal, pra quem treina se não tiver essa organização, ele não evolui, fica estabilizado e você perde o cliente.”

Dessa forma, além de ser uma orientação para o dia a dia de trabalho, a periodização ainda é uma ferramenta de fidelização do cliente, porque ela ajuda a avaliar os avanços, corrigir as etapas erradas do treinamento e ainda apresentar a ele a sua evolução, motivando-o a seguir na prática da atividade física e na contratação dos seus serviços.

A prática

A definição do treinamento a ser usado com cada cliente vem em sequência, na parte prática da aula. Monteiro ensina que há uma relação direta entre meio e método e a seleção do exercício tem a ver com o que o cliente gosta, com o que tem afinidade, para gerar fidelização. “E o método é como realizar o exercício: posso correr de forma contínua ou intervalada. O treino pode ser mais ou menos agressivo – o que tem a ver com a anamnese do cliente. Para quem é iniciante, por exemplo, um treino menos agressivo é mais interessante”, conta.

Lima conta que não existe método melhor ou pior, mas sim o momento e a carga correta para a aplicação em determinados métodos e a escolha do tipo de treinamento a ser adotado vai ser norteado pelos objetivos do cliente, que são descobertos depois da conversa inicial.

“O sonho e o objetivo não são do treinador, mas do cliente em questão – em se tratando de esportistas amadores e não profissionais”, conta Lima. Assim, é preciso avaliar a adequação do cliente ao programa elaborado para que ele não corra o risco de se lesionar, levando orientações científicas para que ele compreenda como o seu organismo vai se adaptar à proposta do treinamento e, se preciso, adaptando também a sua função como treinador, para que ele possa atingir o seu resultado.

O uso de acessórios, como ferramentas para chegar ao objetivo também é válido. Plintos, cones, escadas coordenativas, obstáculos etc são recursos para treinar o cliente, mas o ponto principal é o treinador. “Criatividade, motivação, dedicação e voz de comando: apenas o treinador consegue essa proeza!”, estimula Leonardo Lima.

Organização do personal trainer

Para poder controlar as informações de cada aluno, o personal trainer pode usar todas as ferramentas que conhecer e que melhor se adaptar. Alguns preferem as fichas de treino, preparadas com papel pautado e caneta, enquanto outros lançam mão da tecnologia para preparar essa documentação - da simples planilha de Excel até recursos mais modernos.

“Se ele tem capital para investir, vale a pena adquirir um software, mas tem que tentar conhecer esse programa antes, porque alguns são bastante complicados, não roda se faltar alguma informação e aí o profissional não consegue dar continuidade ao trabalho. Precisa ser algo que facilite a vida do personal trainer e não que complique”, alerta Monteiro.

Seja qual for a opção, Lima conclui que “o importante é ter este controle do micro (sessão de treino - dia de treino) e do macro (semanas, meses e anos). Sem estes dados apontados e estudados tudo será aleatório no processo da periodização. Pode ser um caderno, notebook, tablet... O equipamento pouco importa, o que vale é o cuidado nas anotações para trazer seriedade e profissionalismo na relação entre personal trainer e cliente”.

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